Nasci em São Paulo e cresci ajudando meus pais no cuidado com meus irmãos mais novos. Desde cedo, o instinto de cuidar sempre fez parte da minha vida — especialmente de crianças e idosos. No entanto, levei um tempo até reconhecer esse dom como algo maior, como uma vocação.

Na adolescência, sofri uma lesão que me deixou temporariamente dependente de outras pessoas para realizar tarefas básicas. Foi um período difícil, mas também transformador. Durante minha reabilitação, tive meu primeiro contato com a fisioterapia e com crianças que, assim como eu, precisavam de apoio constante em seus cuidados. Aquele momento despertou uma luz no meu coração: eu queria ser fisioterapeuta e dedicar minha vida ao cuidado do nosso bem mais precioso — as crianças.

Concluí minha graduação em Fisioterapia e uma especialização em Neurologia em São Paulo. Depois, me mudei para Florianópolis, onde fui acolhida com muito carinho. Logo percebi uma grande lacuna: o cuidado pélvico em pacientes neurológicos era quase inexistente — e, na pediatria, simplesmente não existia. Vi ali uma oportunidade de aprofundar meus estudos e contribuir de forma significativa.